Estudantes da rede estadual se destacam no Prêmio Jovem Cientista com projetos para enfrentamento das mudanças climáticas

Pernambuco

28.11.2025

Dois estudantes da rede estadual de Pernambuco foram premiados na categoria Ensino Médio do tradicional Prêmio Jovem Cientista, promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que chega este ano à sua 31ª edição. Com o tema “Uma resposta à mudança climática”, a inciativa buscou encorajar jovens de todo o Brasil a desenvolver soluções sustentáveis, resilientes e eficazes para o enfrentamento de desastres e impactos ambientais. Mais de 900 projetos foram inscritos em todo o país.

O segundo lugar ficou com Beatriz Vitória da Silva, da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire, de Carnaíba, no Sertão. Orientada pelo professor Gustavo Bezerra, ela desenvolveu um filtro à base de cascas de fruta-do-conde capaz de reduzir o consumo de água e a quantidade de poluentes liberados na produção de casas de farinha, prática comum em sua comunidade. O projeto, batizado de Filtropinha, nasceu da observação direta dos impactos ambientais locais e da busca por uma solução simples e acessível.

“Eu estou extremamente feliz e emocionada. Esse prêmio é muito mais do que uma conquista pessoal, pois vai trazer visibilidade para a minha comunidade e vai mostrar que nós jovens temos a criatividade e o talento para fazer a diferença. O Filtropinha foi criado para ajudar a resolver um problema real, que afeta muitas pessoas da minha comunidade. E saber que essa ideia começou de uma forma tão simples e agora alcança tantas pessoas, me enche de gratidão”, afirma Beatriz.

O reconhecimento à jovem pesquisadora se soma a outra conquista importante. Beatriz também está entre as finalistas do Prêmio Led da Globo. A iniciativa selecionou 15 projetos de todas as regiões do país que apresentam soluções inovadoras para aprimorar a aprendizagem dentro e fora das escolas. Além disso, a ETE Professor Paulo Freire será homenageada com a Medalha de Mérito Institucional por ter apresentado o maior número de projetos bem avaliados na categoria.

O terceiro lugar do Prêmio Jovem Cientista ficou com Gabriel da Silva Santos, estudante da ETE Ariano Vilar Suassuna, de Garanhuns, no Agreste. Ele desenvolveu um sistema tecnológico que monitora o crescimento de plantas de girassol ornamental no Agreste pernambucano. O trabalho foi orientado pela professora Josabete Carvalho, e se destaca por unir tecnologia, monitoramento de dados e adaptação das culturas agrícolas às condições climáticas da região.

“É muito gratificante ter um projeto premiado que representa todo um esforço, todo um trabalho. Valeu a pena, e que o projeto tenha uma significância científica para a sociedade brasileira”, diz Gabriel. “Espero que essa tecnologia ajude os produtores rurais no seu dia a dia”, completa.

Os vencedores receberão bolsas de estudo e notebooks, e a ETE de Carnaíba, onde Beatriz estuda, receberá ainda uma premiação de R$ 40.000 pelo mérito institucional, por ter o maior quantidade de projetos bem avaliados na categoria. A solenidade oficial do Prêmio Jovem Cientista está marcada para fevereiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, onde os jovens pernambucanos serão homenageados.