Estudantes das Redes Estadual levam cor, movimento e muito conhecimento no primeiro dia do Encontro Estudantil 2025

Alagoas

26.11.2025

Não só prometeu, como foi um grande sucesso o primeiro dia da 8ª edição do Encontro Estudantil da Rede Pública Estadual de Alagoas, na terça-feira (25), no Cepa, em Maceió. Alegria, cor, movimento e muito conhecimento apresentado e compartilhado por centenas de estudantes das 13 Gerências Especiais de Educação (GEEs) neste evento promovido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), visando reconhecer e incentivar o protagonismo dos seus alunos.

Os trabalhos e apresentações deste ano trazem como tema principal os 120 anos da médica alagoana, Nise da Silveira, reconhecendo seu legado enquanto revolucionária da psiquiatria mundial a partir, sobretudo, do uso das artes como forma de expressão e comunicação do indivíduo.

As modalidades foram distribuídas em quatro pontos estratégicos do complexo educacional. E a movimentação começou cedinho na Escola Estadual Princesa Isabel, que recebeu os Festivais Estudantis de Dança e de Teatro de Alagoas, cada um com nove equipes se apresentando, além da Mostra Estudantil de Artes Plásticas de Alagoas, com 37 desenhos e 37 pinturas em telas, visitados pessoalmente pela secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos, que destacou o talento dos estudantes.

“O Encontro Estudantil é o momento onde os nossos estudantes têm a chance de mostrar todo o seu talento, todo o seu potencial. Visitei as exposições deste primeiro dia e gostaria de parabenizar os estudantes e os seus professores pelo engajamento e qualidade dos trabalhos apresentados”, disse a secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos.

 

Inspiração

Dentre as pinturas expostas até a próxima quinta-feira (27), podem ser apreciadas as artes dos estudantes José Flávio de Souza Neto, da Escola Estadual Gilvana Ataíde, de Maceió, e a de Pâmela da Silva Barros, da Escola Estadual Deputado José Medeiros, de Paulo Jacinto, acompanhada pelo professor Fábio Alves. Desenhista de grande talento, Flávio, que é autista, expõe as inspirações para sua arte. “Aqui temos a dualidade, do que é visto e do que é real”, explicou o estudante da 1ª série do ensino médio, apoiado pela professora orientadora Thalita Abreu. “Eles vivenciam essas práticas na escola e Nise influenciou nestas atividades”, complementa a docente, que atua no Atendimento Educacional Especializado (AEE) da escola.

Olhando para sua tela, Pâmela explica de onde vem sua inspiração: “Arte é a possibilidade de expressar o que pensa. Aqui colocamos a sensibilidade da Nise (da Silveira) para ver e extrair o talento de cada paciente”.

No ginásio da escola, o festival de dança trazia o movimento, considerado o principal elemento a ser avaliado. Sob o olhar atento da banca avaliadora, talentosos estudantes deram show, retirando aplausos e suspiros do público em geral.

Professor mentor

Para Karina Vilela Calheiros, uma das avaliadoras do festival de dança, o evento é uma grande oportunidade. “Estive aqui ano passado como professora-orientadora, o mundo girou e hoje estou como avaliadora. Vejo neste evento a oportunidade realmente de desenvolver a autonomia, produção e conhecimento destes estudantes. Na minha época, também como estudante da rede, a gente não tinha e nem sonhava com uma celebração como esta. Este ano com um fator especial para mim, como ex-moradora do bairro de Bebedouro, da Rua Faustino Silveira, pai da Nise, é como uma volta no tempo”, revela.

Sustentabilidade

A poucos metros dali, na sede da 13ª GEE, acontecia a socialização das práticas do programa “Professor Mentor, meu projeto de vida”, com a exposição de treze projetos, um por regional. De acordo com Andréa Alves, uma das coordenadoras da modalidade, cada estudante apresentou sua prática, dentro das dimensões estratégicas do programa, ou seja, sustentabilidade ambiental, empreendedorismo social, cultura digital e mediação artístico-cultural, com o objetivo de poder inspirar outros estudantes. “Estas quatro dimensões norteiam a pesquisa durante o ano e eles apresentam, socializam aqui conosco no Encontro Estudantil. Um programa desenvolvido pela Seduc em parceria com a Fapeal, inclusive com a distribuição de bolsas de pesquisa. O programa proporciona ainda a recomposição da aprendizagem, além do projeto de vida”, pontua.

 

Entre os projetos destaques está o desenvolvido por alunos da Escola Estadual Professor Ernani Mero, em Penedo. O estudante Wesley, líder de salão da turma do 2º ano, representou sua unidade escolar e conquistou o primeiro lugar na apresentação de práticas inspiradoras.

Em sua pesquisa, a equipe propôs o reaproveitamento da água proveniente da condensação de aparelhos de condicionadores de ar para fins não potáveis, uma solução simples, sustentável e de baixo custo, que pode ser aplicada no ambiente escolar e em outros espaços da comunidade. “Resumidamente, o projeto é o aproveitamento da água do ar-condicionado para usos que não exigem água potável”, explica Wesley. Sobre ter alcançado o primeiro lugar entre as GEEs, o estudante expressou surpresa e gratidão. “É uma grande honra. Eu não esperava algo assim. Ainda estou sem palavras”, afirmou.

 

Reconhecimento

E do outro lado, no Cenfor, a programação desta data trouxe os prêmios Cerina Angélica e professor Edvaldo Albuquerque, além da apresentação das Personalidades Negras e Indígenas, além da Olimpíada de História de Alagoas (Olhal) 2025.

A entrega do Prêmio Professor Edvaldo Albuquerque é destinada a reconhecer alunos que se destacam em iniciativas acadêmicas, científicas e de impacto escolar. A premiação, criada em homenagem ao educador alagoano que dedicou sua vida à formação crítica de jovens, valoriza projetos que estimulam a pesquisa, a criatividade e o compromisso com a educação pública.

Uma das premiadas foi Laura Letícia Rodrigues da Costa, estudante da Escola Estadual Professora Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca, que destacou o significado de receber a honraria. “Fiquei muito feliz em receber o prêmio Edvaldo Albuquerque, porque ele não só desenvolve mais o interesse dos jovens pelo protagonismo, dedicação aos estudos e realização de projetos, como também pode incentivar aqueles que ainda não têm contato com a ciência, com o mundo acadêmico ou com Olimpíadas de Conhecimento. É uma forma de buscar aquilo que desejam e conquistar mais prestígio durante o ensino médio e, quem sabe, na faculdade”, afirmou.

Outro destaque da programação no Cenfor foi a participação dos estudantes na Olimpíada de História de Alagoas (Olhal), que integra oficialmente o Encontro Estudantil deste ano.

Representando a Escola Estadual Rocha Cavalcanti, de União dos Palmares, o aluno José Anderson Souza da Silva celebrou sua terceira participação na competição e ressaltou a importância da atividade para a preservação da memória e da história do estado.

“Isso proporciona uma participação na perpetuação da memória coletiva. Com a Olimpíada, nós temos jovens contribuindo para a criação de conhecimento e para o desenvolvimento do que já foi transmitido por gerações. Com mais jovens aprendendo, há uma perpetuação da cultura”, explicou.

Outra premiação celebrada foi o Prêmio Cenira Angélica, que destacou iniciativas de impacto social protagonizadas por estudantes da rede. Representando a 6ª GEE, Milena, gremista da Escola Estadual Laura Maria Chagas de Assis, de Santana do Ipanema, apresentou o projeto “Anjo da Alegria”, desenvolvido em parceria com o hospital local. A proposta leva momentos lúdicos, acolhimento emocional e atividades recreativas para crianças internadas.

Segundo Milena, o trabalho exige preparação cuidadosa e formação específica antes das visitas. “A gente tem dois dias de capacitação com enfermeiros e psicólogos para aprender a forma correta de entrar no hospital, como se portar e como conduzir as atividades. Só depois dessa formação é que podemos participar do projeto”, explicou. As ações incluem brincadeiras, contação de histórias e o registro sistemático de cada atendimento, garantindo organização e acompanhamento.

Cheia de orgulho, ela destacou o crescimento da iniciativa e o significado de participar do Encontro Estudantil. “Começamos o projeto no ano passado e, este ano, agregamos mais pessoas, mais anjinhos. É uma satisfação imensa estar aqui hoje representando minha escola e minha gerência. É muito bom conhecer coisas novas, pessoas novas e viver esses ensinamentos”, afirmou.

Encontro segue até quinta-feira (27)

O Encontro Estudantil 2025 continua com programação diversificada até o dia 27, reunindo estudantes de todo o estado em apresentações, debates, exposições, premiações e práticas que celebram a educação pública alagoana.

Manuella Nobre, Ana Flávia Oliveira e Ana Luiza Ambrózio/Ascom Seduc/ Foto: Alexandre Teixeira, Ana Paula Lins e Ana Luiza Ambrózio/Ascom Seduc