Pernambuco
11.04.2025Reutilizando materiais que seriam descartados, criatividade e uma metodologia eficiente o professor de Biologia, Jefferson Costa, da Escola Técnica Estadual (ETE) Ariano Vilar Suassuna, localizada em Garanhuns, no Agreste pernambucano, desenvolveu junto aos estudantes um projeto de baixo custo que auxilia no combate à proliferação da dengue.O projeto intitulado Armadilha 4.0, que contribui com o bem-estar da comunidade escolar e dos moradores do entorno da unidade ensino, já ganhou destaque em diversas feiras de ciências.
A iniciativa surgiu em decorrência do elevado número de casos de dengue, registrados em fevereiro de 2024, no Vale do Mundaú, onde fica situada a ETE. A partir disso, foi proposto aos estudantes a síntese de um biolarvicida e um bioinseticida de baixo custo que fosse eficiente no combate ao mosquito. Como matéria-prima para criação foram utilizados extratos de quatro plantas: Babosa, Comigo Ninguém Pode, Espada de São Jorge e Mamona.
O processo, iniciado no ano passado, contou ainda com a construção de armadilhas, utilizando materiais recicláveis como garrafas pets para captura do mosquito, além do levantamento da ocorrência de Aedes aegypti na escola.
Inicialmente, o projeto teve a participação dos estudantes da Trilha de Saúde Coletiva e, posteriormente, envolveu mais 14 alunos integrantes do Clube de Ciências. Juntos, eles fizeram experimentos, testaram extratos, elaboraram hipóteses e analisaram os dados, transformando a iniciativa em uma estratégia pedagógica para aplicar os conhecimentos teóricos dentro da sala de aula na solução de um problema local.
A ETE Ariano Vilar Suassuna e a comunidade escolar colhem em 2025 os bons frutos do projeto, resultado de todo o empenho nas pesquisas realizadas pelos estudantes.
“Desempenhei o papel junto com os meus colegas de fazer as armadilhas e distribuí-las em nossa instituição de ensino. Com isso, fizemos o levantamento e observamos em quais localidades existia uma maior proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Levantamos os dados e começamos a produção do biolarvicida, e, logo após, o bioinseticida usando plantas medicinais”, conta o estudante Hendryk Áriston.
O trabalho com a Armadilha 4.0 não se encerra por aqui. Outras ações já estão em andamento como a testagem do princípio ativo dos extratos e observação do seu potencial para ser utilizado também como repelente. Outro viés também começou a ser desenvolvido: uma armadilha inteligente para a identificação automatizada de focos de proliferação do Aedes aegypti, utilizando Internet das Coisas (IoT) e robótica, com o apoio da Secretaria Estadual de Educação, através dos programas COMPET Médio-TEC e Espaços CRIA, e FACEPE.
“Acredito que o nosso projeto tem o potencial de transformar a ETE numa propositura de soluções, destacando o papel da instituição para o seu entorno. Dessa forma, é possível trazer os conhecimentos vistos em sala de aula para o contexto local, evidenciando uma educação transformadora de realidades”, destaca o professor de Biologia, Jefferson Costa.
A Armadilha 4.0 já conta com credenciamento para participar em 2025 da Feira de Iniciação Científica do Pontal do Triângulo Mineiro (FICP), Feira de Ciências e Engenharia do Estado do Amapá (FECEAP) e Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC).