O saguão do Aeroporto Afonso Pena virou um espaço de festa e de grande expectativa de mães, pais, irmãos e outros familiares aguardando ansiosos pela chegada de 75 intercambistas do Ganhando o Mundo. Os estudantes da rede estadual do Paraná retornaram nesta quinta-feira (22) de um intercâmbio na Irlanda, feito de forma gratuita pelo programa do Governo do Estado.

Os intercambistas da Irlanda são a primeira turma da atual edição do Ganhando Mundo a voltar do Exterior em 2025. Dos 1.300 estudantes que participam do programa neste ano, 775 embarcaram no primeiro semestre para o país europeu e também para o Canadá e a Nova Zelândia. A previsão é de que os demais estudantes retornem entre junho e julho.

Outros 525 viajam no segundo semestre para a Austrália, Reino Unido, novamente para a Irlanda e também para os Estados Unidos, país que é destino de 100 alunos dos colégios agrícolas paranaenses, na primeira edição do Ganhando o Mundo Agrícola.

Com faixa e presente em mãos, o casal Ademir e Edna Kinzler vieram da cidade de Quatro Pontes, no Oeste do Estado, para buscar a filha Ana Luiza. “É muita emoção ver ela tendo essa conquista, é uma oportunidade que tem que abraçar. Para os pais que ficam é difícil ter que aguentar as saudades, mas o aprendizado e o crescimento deles são impagáveis. Eu falo que tem uma Ana Luiza que foi e outra que está voltando, bem mais madura”, afirmou Edna.

A estudante confirma o quanto a experiência faz diferença na vida pessoal e também no futuro profissional. “Foi uma experiência encantadora para mim e sei que no futuro vai ser muito bom, vai representar um ponto de ouro no meu currículo”, afirmou Ana Luiza. “Saí de uma cidade pequenininha, de 4 mil habitantes, e cheguei na Europa. Foi um baque, mas cada momento foi inesquecível. A Ana que foi era mais tímida e retraída, mas voltei uma pessoa muito melhor, com responsabilidade, mais comunicativa e com um inglês muito melhor”.

Milena da Silva e Kennedy Gomes também aguardavam ansiosos pela chegada do filho Marcos. Moradores de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, eles vieram de Recife em 2013, quando Marcos ainda era criança, em busca de mais oportunidades para a família, o que se confirmou com a participação do jovem no Ganhando o Mundo.

“Para nós foi uma experiência mágica. Conversamos com ele todos os dias, sabendo que ele volta outra pessoa, porque hoje ele sabe que pode mais”, disse Kennedy. “Mesmo com a saudade, sabemos que para ele foi transformador e vai continuar sendo marcante no futuro. Quando cheguei no Paraná, percebi que tudo o que sonhei poderia se tornar realidade, e ter um filho indo para fora estudar e conhecer outro país foi surreal”.

“Meu filho é uma pessoa que sempre se destacou. É muita emoção para quem é mãe ver um filho passar por essa experiência, porque sozinhos não conseguiríamos proporcionar isso a ele. Mas através da educação, com muito esforço e dedicação, ele conquistou”, completou Milena. “A gente veio de Recife para crescer aqui, e as oportunidades que a gente não teve quando era adolescente, hoje nossos filhos estão tendo. E é a escola pública que está proporcionando isso a eles”.

Para Marcos, a experiência na Irlanda compensou a saudade dos pais e do irmão mais novo. “Foi uma experiência incrível, realmente única, que não tem nem como explicar. Seis meses foi muito tempo longe da família, estou muito emocionado em voltar, mas foi muito bom”, afirmou o estudante. “O ensino, a educação, a forma como as pessoas conversam, como querem melhorar a educação e a cidade. São coisas que o nosso País precisa e que eu quero aplicar agora voltando para cá”.

Quem também trouxe muita experiência na bagagem foi Lais Isabela Bonetti, de Salto do Lontra, no Sudoeste, município de 15,2 mil habitantes. “Foi minha primeira vez pegando avião, algo muito diferente para mim, e chegando lá também foi fora da minha realidade, algo que eu nunca imaginei que fosse realizar um dia”, contou. “Foi incrível passar esse tempo na Irlanda conhecendo coisas novas, comida, cultura, falar uma língua nova e conhecer pessoas que foram muito importante para o meu crescimento pessoal. Eu era uma pessoa muito introvertida e, com essa experiência, isso mudou muito”.